Estado Imediato (2015)
“Estado Imediato” foi um dos resultados das atividades no projeto contemplado pelo Programa Petrobras Cultural onde o grupo foi patrocinado pelo Petrobras pelo período de três anos. O grupo deu continuidade ao seu processo de pesquisa e criação, investigando as relações entre público e artista, buscando estratégias para apresentar sua pesquisa ao público – “Estado Imediato” é um resumo de 50 minutos de mais de um ano de investigação. Através da poética da dança contemporânea, o grupo buscou criar maneiras de aproximação entre o artista e o público, para alimentar seu interesse pela dança contemporânea, contribuir para a construção de uma linguagem de dança brasileira e colaborar para a formação de público. O corpo quer ficar no chão, em silêncio com poucos movimentos ou o corpo paralizado. Nós artistas da dança precisamos nos levantar e, mesmo em uma crise, continuar a se mover. É preciso fazer algo acontecer, inventar uma maneira de continuar, mobilizar a vontade de dançar. O grupo foi despertando sua vontade de dançar e buscando um “estado imediato”, como se fosse o seu último instante de vida. Referências como John Travolta, Tchaikovsky, Dominguinhos, Gilberto Gil, Tina Charles, Bee Gees, Paul Simon e Art Garfunkel, os Beatles e os ritmos dos Orixás ajudaram a despertar esses “estados imediatos” nos corpos dos bailarinos. O maior desafio foi ajustar essas escolhas com as questões da dança contemporânea. O grupo discutiu sobre a conduta de um criador de dança contemporânea. O público pode observar as “retiradas”, muitas vezes grosseiras, de determinadas “coreografias”, e poderá se perguntar: “Por que a retirada deste bailarino, desta coreografia ou desta música, que desaparece e deixa o som do silêncio?”. É nesse lugar que se aloja a discussão proposta por este trabalho. Mergulhar na relação entre o público e o artista, entre o desejo do artista e as “regras” da dança contemporânea. Se a dança contemporânea tem como foco processos de reflexão para pensar o corpo, o Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira propõe, através deste espetáculo, uma conversa a ser feita entre publico e pesquisadores da dança contemporânea sobre as “regras” da dança contemporânea. Quais são elas? Como foram sendo elaboradas? Com qual objetivo? Principalmente: Como se estabelece a relação entre o público e o artista, e como isso se configura na relação com as políticas públicas existentes hoje no Brasil?
Direção artística, coreografia e pesquisa: Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira
Direção técnica e iluminação: Juliana Augusta Vieira
Figurinos: Ana Catarina Vieira
Trilha sonora: Ângelo Madureira – Músicas: Quebra Prato – É de Angola, Trio in E-flat major, opus 100 #2 – The Hunger: The Year Of The Living Dangerously, I love to love – Tina Charles, Attack/transition- Alva Noto + Ryuichi Sakamoto, Occur e Occur 1 – Taylor Deupree, I’ve Never Been In Love Before – Chet Baker YMCA, Village People Stayin’ Alive – Bee Gees, Saturday Night Fever – Bee Gees, Lamento Sertanejo – Dominguinhos e Gilberto Gil, Swan Lake – op. 20, Act 1: No. 5 , Pas de deux. II. Andante – Allegro, Tchaikovsky, The Sound Of Silence – Simon e Garfunkel, Yesterday – The Beatles.
Integrantes do processo de criação: Beto Madureira, Leandro Soares, Rafi Sousa e Vanessa Silva
Elenco: Thais Morato e Lindemberg Marques